Arco II - A Queda ..::.. Cormanthor - Finalizado

Finrod e Fergus haviam se teletransportado até próximo de Myth Drannor. Imediatamente, o elfo se despede, voltando para a companhia de Chauntea, sua patrona. Novamente, Rufus e Fergus se punham a rastrear.

Era uma parte densa da floresta. Fergus sabia, instintivamente, que Myth Drannor estava próxima demais, e oferecia perigo demasiado. Fora, tempos atrás, a capital do Mythal, guardando segredos arcanos há muito perdidos. Também fora o palco da queda dos drow, assim como a ascensão de bestas infernais, responsáveis pela queda do reinado. A floresta, ali, parecia refletir este cenário: Não era tão viva quanto a de Chult. Era uma área fechada, com pouca visibilidade, e, para ajudar no clima estranho, cheia de brumas, que chegavam até os joelhos do Arquidruida.

Fergus notava algumas criaturas hostis, que, por algum motivo, hesitavam em atacar. Vez ou outra Rufus rosnava, e algumas plantas pareciam recuar e abrir passagem. Não demorou muito para que Fergus tivesse uma revelação.

Depois de cerca de cinco minutos de caminhada, Fergus se sentia renovado. Era como uma injeção de ânimo, sua alma sendo preenchida por alegria e esperança. O Arquidruida não conhecia este sentimento... O sentimento de ter algo mais importante que sua vida de volta, que independe de sabedoria ou inteligência, pois toca diretamente a alma. Fergus achou, por vezes, que tinha total controle sobre sua serenidade e comportamento; Este sentimento de ressurreição provava o contrário.

Instintivamente, ele sabia: Sua magia estava com ele de volta. Mielikki estava próxima.

Utilizando-se novamente de seus dons divinos, Fergus sentia uma alegria incontestável. As horas que passara sem seus poderes pareciam-se estender por anos, e cada vez menos o Arquidruida pensava em deixar aquele lugar...

Seus dons o levaram até uma clareira, onde existiam alguns animais e elfos. Todos protegiam a mulher que cavalgava um unicórnio majestoso... Era Mielikki. Sem surpresa alguma, Fergus nota, ao lado de sua patrona, Eldath, uma divindade menor, a Deusa das Águas Cantantes, uma entidade das águas e extremamente pacifista. Juntas, Mielikki e Eldath serviam Silvanus, então era de se esperar que estivessem juntas.

Ter sua magia de volta era reconfortante, era como se tivesse transcendido de sua prisão carnal novamente... Entretanto, para alguém como ele, sabia que não poderia se apegar á mesma, e aquilo lhe causava um pequeno aperto no coração, afinal no que se propunha a fazer, era perigoso demais envolvê-la, sua gentil deusa...

Para tanto, ele evita usar seus dons, uma simples metamorfose, e se veria não querendo mais deixá-la, e quando encontra Mielikki, se aproxima com serenidade, se ajoelha cordialmente, enquanto diz:

- É um alívio saber que estão bem, minha deusa, Eldath... - Como quando cumprimentara Chauntea, ele mantém seu rosto abaixado, na tentiva de demonstrar respeito, e nesse caso, devoção.

Discretamente, Eldath se colocava atrás de Mielikki, que sorria enquanto descia de sua montaria.

- Erga-se, Fergus, o Arquidruida. Um dos meus mais notórios devotos, devo dizer... É um alívio para mim também saber que estás bem.

Fergus se ergue de maneira singela, e finalmente olhando-a nos olhos, com uma expressão serena, diz:

- Em minha busca por vossa magnficência encontrei Chauntea, ela me guiou até aqui, graças á ela também já estou a par da situação em que estas terras se encontram, e apesar de ser reconfortante revê-la, quantos outros sabem de sua localização? Me é desconfortante saber que podes estar exposta... - Nesse momento ele olha ao redor, analisando tudo a sua volta, e por fim diz: - Talvez eu possa fazer algumas fortificações, invocar algumas proteções... Afinal fora daqui não precisarei delas...

Uma voz calma, porém firme, se projeta atrás de Fergus.

- Não há nada que você possa fazer que eu não possa.

Era um humanóide, irreconhecível se humano ou elfo, coberto de folhagens e vinhas. Era Silvanus.

- Mortal, és bem-vindo se quiseres ficar. Caso contrário, peço que se retire.

Mielikki fez menção de que iria dizer algo, mas calou-se com apenas um olhar de Silvanus, o deus das florestas.

Ao ouvir as palavras de Silvanus, Fergus sentiu um leve toque de hostilidade nas mesmas, e decidiu deixar uma coisa clara para o mesmo, penas negras voam enquanto assume uma forma que oponente nenhum viu (Glibbering Orb), tamanho seu poderio, e ele retruca:

Spoiler:

- E estando nesta prisão carnal, a recíproca não é falsa.

As penas voam novamente enquanto ele volta para sua forma original, e girando o rosto para a direita, ele diz:

- Vejo que estão em boas mãos... Nesse caso, não tenho mais preocupações quanto a isso... - Ele fita Mielikki, e retruca: - Se sobrevivermos á batalha de Lua Argântea, iremos em busca de Helm, e respostas sobre as tabuletas... Posso considerá-los aliados? Ou preferem se manter despercebidos?

Novamente, Mielikki apenas faz menção de responder. É interrompida por Silvanus.

- Então era verdade. O Arquidruida me enfrentaria para defender Mielikki... Tem meu respeito, mortal. Mas, por que Helm? Por que ele saberia algo que nós não saberíamos?

Fergus sorri, como um bom e velho ancião, a insistência do mesmo em interromper sua deusa lhe irritava, mas não queria criar atritos desnecessários, e ele retruca:

- Eu daria minha vida para proteger muitas coisas, e Mielikki certamente é uma delas...

Ele volta a fitar o horizonte, enquanto diz:

- Vejo que não estabeleceram comunicações suficientes com Chauntea... Estão cientes que cada deus guardou consigo uma parcela do segredo das tabuletas ao cairem, correto? - Aguarda se manifestarem - Helm nunca caiu, Lord Ao o incubiu uma função, queremos descobrir qual, e se ele tem outras respostas... Outros deuses não perderam seus postos divinos, como Chossuth, mas estes são instáveis demais para tentarmos estabelecer diplomacia...

Silvanus, finalmente, fica calado. Ele parecia pensar sobre a situação. Eldath permanecia "escondida" atrás do unicórnio, enquanto Mielikki falava:

- Nesse caso, meu caro Fergus, não temos esse segredo. E sim, Helm parece uma boa opção. Kossuth preza apenas a destruição, não seria prudente ir atrás dele... Mas, acredito então que você saiba onde Helm se encontra.

Ao ouvir, finalmente as palavras de sua deusa, Fergus sorri gentilmente, e faz um sinal afirmativo, é quando diz:

-...Segundo Chauntea, Para que as Tabuletas funcionem, algumas condições precisam ser satisfeitas, ela disse que não conhecia todas, e que este conhecimento seria encontrando em posse de outros como ela... Talvez ela estivesse se referindo a Divindades Maiores...? - Ele fita Silvanus, era obviamente uma indireta.

Ele aguarda sua reação, aguardaria a resposta para saber se deveria ou não entregar a localização de Helm...

Silvanus o fita. Fergus sabia que havia passado perto de ofendê-lo.

- Talvez, druida. Mas fique certo de que não tenho posse de qualquer informação.

Fergus, finalmente retruca:

- Nesse caso nossos problemas se multiplicam caso Helm não colabore ou não saiba... Nos preocuparemos quando chegar a isso... - Depois de alguns segundos, ele diz: -...Vaasa, é onde Helm está segundo Chauntea, mas eu peço que não tomem iniciativa nenhuma até nós verificarmos pessoalmente...

Ele sorri para sua deusa, e diz:

- Minha senhora tem bons aliados, talvez merecesse um pouco de hierarquia no direito da palavra... - E com esta última indireta, ele fita Silvanus, e finaliza - ...Eu o confio a proteção de minha deusa, por favor me perdoe minhas hostilidades, precisava ter a certeza...

O arquidruida fitava os céus, procurando prever quanto tempo tinham até a guerra extourar, talvez estivesse na hora de partir...

Silvanus pareceu ter dado pouco importância às últimas palavras de Fergus, retirando-se, enquanto chamava Eldath. Ficavam apenas Mielikki e o Arquidruida, que calculava não ter muito tempo até o início da batalha.

Fergus fita sua deusa com um sorriso, e diz:

- Não deverias permití-lo tratar-lhe assim... De qualquer maneira, preciso partir agora, mesmo não sendo tão útil longe de vossa presença, é algo que se faz necessário ser feito...

Ele aguarda sua reação, caso nada mais seja dito (e apenas nesse caso), assume a Forma de um Demônio Animalístico, um Bar-Igura, e tocando Rufus, teletransporta-os...

Mielikki sorri cordialmente, ante a afirmação do Arquidruida. De alguma forma, ela parecia estar satisfeita com a situação.

- Existem muitos destinos em jogo. Silvanus apenas se procupa demais comigo e com Eldath... Impede que nós cometamos erros. Claro, nem sempre ele está certo, mas por sua posição, força, sabedoria e liderança, respeitamos sua decisão seja ela qual for. Tente compreender...

Fergus responde, singelamente:

- Eu o compreendo, e respeito, mas há um limiar entre respeitar e aceitar... Por favor, fique segura, minha deusa.

Com essas palavras, ele sorri gentilmente para a mesma, como um velhinho carismático, e assume a forma do Bar-Igura, se houvessem últimas palavras, aquele era o momento.