Second Stage - “The question is not whether we will die, but how we will live.”

Alexa passou a mão pela cabeça, se recuperando de um ataque para se ver presa em uma armadilha. Aquelas velas não eram normais. Passando os olhos pelo lugar, resmunga:

- Merda, fomos pêgos. Você tá bem?

Garry acorda quase ao mesmo tempo que Alexa, e percebe a estranha situação.

- Que saco! - Disse com um pouco de raiva. Eles foram pegos e poderiam estar mortos aquela altura. Estavam indefesos. - Estou, estou. - Depois pensou uns instantes. - Mas pegos por quem? Para estarmos vivos, e soltos, não deve ter sido pelo tal do Raposa.

Ele levanta e da uma olhada bem atenta ao seu redor, procurando algo de estranho na paisagem, talvez algum observador.

- Ah, claro...

Ela diz irônica:

- Deve ter sido o Alex, então... resolveu brincar de fazer a gente dormir. Será que o Leoric tinha outro inimigo telepata?

Exceto os gatos, as velas e a fumaça, o lixo, as coisas abandonadas e algumas portas, umas entreabertas, outras, cerradas, Garry não notou nada de diferente.

Garry não percebia nada demais.

- Você pode sentir outras pessoas, não é? Tem como ver se tem mais alguém aqui nesta fábrica? Além dos gatos, é claro.

- Me dá um segundo.

Alexa se concentra, tentando localizar outras mentes nas redondezas, que fossem capazes, como ela, de utilizar poderes mentais.

(off: percepção mental, CD 10 + dif por distância, teste de notar +12)

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11

Alexa não localiza nenhuma outra mente capaz de usar poderes, lógico que não dava para certeza, talvez tivesse alguém distante demais, porém, já era um começo.

Após se concentrar um pouco, ela diz:

- Parece que não tem nenhum outro telepata por perto... veja... parece. Poderes mentais não são infalíveis, tem como se esconder. É uma beleza contra quem é mais fraco, ou contra quem não tem poderes parecidos, mas contra um telepata mais forte, meus poderes são inúteis.

Garry ouviu o que a mulher disse.

- Bom, tanto faz. Eu não vou ficar aqui parado, vamos dar uma volta. Ver se encontramos alguma coisa. Esperava encontrar o cretino que nos apagou.

E começou a caminhar em direção a alguma porta.

- Certo...

Alexa diz, e começa a seguir Garry.

OFF: A planta é só pra facilitar a vsão do lugar, mas não achei exatamente o que eu queria, então ignorem os pequenos comôdos e julguem quem tem porta entre todos os locais, sem ter que dar voltas. Se quiserem só falr que continuam andando, serve, que eu marco o caminho, xD

off: gritos e vozes tipo "tortura e terror" ou são torcedores do Corinthians assistindo o jogo na TV nova? XDD

OFF: Medo, terror e desespero, xD Mas por ter tido o som de uma tv ligando, dá pra sacar que vem dela.

Alexa faz um gesto de silêncio para Garry, e se posiciona encostando na parede da porta, a pouco mais de um metro da porta de onde vinha o som, usando essa posição como cobertura. Ela aponta com a mão a parede ao seu lado, convidando Garry para usar do mesmo ardil. Já tinha acessado a sua mente antes, não era difícil fazer de novo. Mas não custava avisar. Sem emitir som, move os lábios lenta e claramente, para que ele consiga lê-los.

Vou falar em sua mente... se é que essas velas não cancelaram nossos poderes.

E sem saber se ele entendeu, ela diz na mente dele:

Tem alguém aí, não sabemos quantos são. Cinco eu posso controlar, mas preciso ver os alvos. Temos de fazer barulho pra eles virem pra fora, e contarmos com o elemento surpresa. Se você me ouviu, pode responder mentalmente.

(off: comunicação mental não tem rolagem, mas ela tá desconfiando das velas >

Garry parou ao ouvir o som estranho, mas acabou constatando que era de uma TV.

Ele já pensava em entrar correndo quando se deteve pelas "palavras" de Alexa, então ouviu sua voz em sua cabeça. Então tentou responder.

- Alô? Tem alguém aí? Se fizermos barulho vamos alertá-los, não? Acho melhor nós entrarmos, até por que eles estão distraídos com a TV.

OFF: Katsu aqui só pra confirmar que está funfando.

Garry ouviu o que ela disse e olhou para porta alguns segundos, ele estava pensando em correr muito rápido e dar uma voadora na porta, mas começou a julgar aquela uma péssima idéia, e a mulher deve ter acompanhado o raciocínio estúpido do velocista.

- Okay, eu vou fazer algum barulho. - E começou a procurar alguma coisa para arremessar, e chamar a atenção dos homens.

- Então faça. Se for mais de um, eu vou tentar colocar um contra o outro.

Garry pegou uma pedra, uma engrenagem, o que podia, e atirou com força em alguma máquina, produzindo um ruído metálico forte, que ele esperava que chamasse a atenção de quem estivesse na outra sala.

Bane escreveu:

Garry pegou uma pedra, uma engrenagem, o que podia, e atirou com força em alguma máquina, produzindo um ruído metálico forte, que ele esperava que chamasse a atenção de quem estivesse na outra sala.

A engrenagem que Garry jogou em uma das máquinas causou o estrondo que ele queria, porém ninguém apareceu para averiguar o que tinha causado aquele barulho.

A primeira coisa que veio na mente de Alexa era o quanto ela tinha sido ingênua em pensar que isso daria certo. Claro, se fosse mesmo o tal raposa, era óbvio que ele estaria lendo as mentes de ambos, o que tornaria qualquer plano ridículo. E podia ser pior, aquilo podia ser só um joguinho para irritá-los, porque se fosse pra matar, ambos já estariam mortos. Então ela perde a paciência e diz na mente de Garry:

- Desisto, tenta do seu jeito... o máximo que vai acontecer é a gente morrer...

Garry deu um sorriso e se afastou o máximo que podia da porta, então se agachou para pegar impulso, como em uma corrida de longa distância, e ativou sua super velocidade.

"Se prepara!" Ele pensou.

Logo, Garry se atirou como uma flecha em direção a porta de aço, deu um salto e enfiou com força os dois pés na mesma.

A porta se abriu para trás com a força do impulso do velocista, que parou de pé alguns centímetros dentro da sala após se recuperar do salto. Era a mais arrumada das salas, ou melhor, nem se comparava com o resto do lugar, pois era branca, asseada e com um sistema de vigilância que mostrava várias partes da fábrica onde estavam, só que o importava ali não era isso. Os gritos que haviam escutado não pertenciam a guardas ou alguém que estava ali, mas ao vídeo que passava em loop na tela central da sala.

Não era só porque os dois adultos ali e a jovem tinham um enorme semelhança com Harrison que Garry entendeu o que estava vendo, mas porque numa das paredes do quarto mostrado do vídeo tinha uma foto de toda a família, com o telecinético, inclusive, sorrindo para a camêra. As imagens eram bem claras, o assassinato da mãe e da irmã pelo pai, após o mesmo espancar e estuprar a própria mulher sobre a cama. Por pior que fosse, o vídeo parecia... Era até estranho explicar, parecia que as pessoas ali eram marionetes. As mulheres gritavam e seus olhos estavam quase revirados de medo, mas, mesmo assim, não lutavam muito. E o homem impassível avançava, fazendo o "que tinha que fazer", como se aquela não fosse sua família. Era um vídeo cru e frio, mas, nem por isso, menos incômodo.